Os estudantes baianos da rede pública de ensino, Mirela de Jesus Andrade
e Lucas Borges de Santana, foram premiados na Feira Brasileira de
Ciências e Engenharia – FEBRACE, edição 2012, que ocorreu agora em março
(12 a 17) no campus da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo –
USP, na capital paulista.
A Feira Brasileira de Ciências e Engenharia é um
movimento nacional de estímulo ao jovem cientista, que todo ano realiza
na USP uma grande mostra de projetos. Ela assume um importante papel
social de incentivadora da criatividade e da reflexão em estudantes da
educação básica, através do desenvolvimento de projetos com fundamento
científico nas diferentes áreas das ciências e engenharia.
O projeto desenvolvido por Lucas Borges, 16 anos, e
orientado pela professora Cláudia de Souza Santana, do Colégio Estadual
Nossa Senhora de Fátima, localizado no município baiano de Fátima, foi
um dos premiados na categoria Estudar Ciência. Lucas criou um sistema de
segurança para fogões contra acidentes domésticos com o objetivo de
eliminar o índice de mortalidade envolvendo acidentes com panelas. “Foi
através da feira de ciências que percebi que nas escolas públicas também
existem pessoas capazes. Porque ciência não é feita somente em
universidades e empresas, ela também acontece na escola. E com o projeto
constatei que também sou capaz, assim como todos os outros
participantes”, explica Lucas.
O outro trabalho premiado, na categoria Most
Outstanding Exhibit in Material Science, foi o desenvolvido pela
estudante Mirela de Jesus Andrade, aluna do Colégio Estadual José
Lourenço de Carvalho, situado na cidade baiana de Jeremoabo. O projeto,
intitulado Geografia da Fome e orientado pelo professor Jailson
Sangnetti, identifica os problemas que contribuem para a manutenção de
pessoas abaixo da linha de pobreza, e tem o intuito de alertar a
sociedade sobre os males que esses fatores vêm causando ao
desenvolvimento educacional. “O diferencial que a feira nos trouxe foi o
de sensibilizar a comunidade através do nosso projeto. Enquanto
estávamos somente na escola, nem os próprios alunos acreditavam que
fôssemos ter tanto destaque, mas apostamos no nosso trabalho e hoje
estamos aqui”, conta Mirela.
Desde 2003, a FEBRACE tem descoberto novos talentos e gerado
oportunidades para os estudantes e professores. Na edição de 2012, foram
submetidos 1505 trabalhos baianos, sendo oito deles oriundos da I Feira
de Ciências da Bahia, organizada pelo Instituto Anísio Teixeira – IAT,
em 2011, que reuniu 325 trabalhos de 748 jovens de todas as partes do
Brasil.